Não! Não são fantasmas nem vozes do além, são as vozes humanas mesmo.

 

Brincadeiras à parte, as nossas vozes também são classificadas por timbre, extensão e agilidade.

 

Na infância as vozes normalmente são muito próximas devido ao tamanho da laringe de meninos e meninas serem iguais. Então, classificamos pelo alcance de graves, médios e agudos o que chamamos de tessitura vocal. A mais aguda chamamos de Sopranino e a mais grave de Contraltino.

 

Quando o menino começa a mudar de voz devido ao crescimento da laringe na puberdade, ele passará a ser chamado de Tenorino e poderá manter-se como Tenor adulto ou descer mais na extensão até o Barítono e mais ainda até o Baixo.

 

Já as meninas mantêm o sopranino e contraltino pois a laringe não cresce tanto, mas ampliam a extensão vocal devido ao crescimento físico global, onde alarga-se o tórax, amplia-se os seios da face, as cordas (pregas) vocais ficam mais densas etc.

 

Surgem daí também classificações intermediárias como o mezzosoprano.

 

Então ficamos assim:

  • Vozes femininas: soprano, mezzo-soprano, contralto.
  • Vozes masculinas: tenor, barítono, baixo.

 

Temos no mundo vozes de diversas etnias e também expressões vocais específicas como o screeaming no hardcore que é uma voz dentre outras possibilidades da modernidade do aproveitamento vocal artístico em geral.

 

Brinque de ouvir vozes, tente cantar canções e identifique sua voz cantando uma canção sozinho ou com seus amigos.

Maestro Gualtieri Beloni Filho

 

Na vida temos famílias, grupos, clubes, religiões etc.

Os instrumentos também têm suas familiaridades. Considerando os parâmetros de produção sonora que geram o timbre, vamos encontrar então vários agrupamentos no meio musical. Os mais comuns e conhecidos são:

 

1 – Percussão – normalmente são instrumentos em que temos de gerar um choque ou batida para gerar som e dentre eles temos os tambores com peles, pratos de metal, de fricção como reco-reco, chocalhos diversos, teclados com baquetas como xilofone, sinos etc… Na atualidade a bateria de Rock/Pop é um instrumento muito comum.

 

2 – Cordas – Normalmente são instrumentos com cordas esticadas sobre um braço e com uma caixa de ressonância para amplificar o som. Podem ser friccionadas por uma crina (ou material sintético) esticada por um arco como no violino, viola, violoncelo, contrabaixo, rabeca etc… Podem ser beliscadas como na guitarra, violão, contrabaixo elétrico, viola caipira, cavaquinho, bandolim, harpa etc., ou percutidas por um martelo como no piano ou por uma haste como no berimbau.

 

3 – Sopros que se dividem em duas subfamílias:

  • Metais – São instrumentos feitos de ligas leves de metal cuja produção se dá através do sopro dos lábios dentro de um bocal. Nessa família temos o Trompete, Trompa, Trombone, Bombardinos, Tuba.
  • Madeiras – São instrumentos que na origem eram feitos de tubo de madeira e cuja produção sonora se dá por soprar com os lábios num orifício ou pressionando palhetas de cana fixas na ponta do tubo. Temos então o oboé e o fagote com palhetas duplas, o clarinete e o saxofone com palheta única ou simples e a flauta que originalmente era somente de madeira. Modernamente temos também as transversais de metal. O saxofone é considerado madeira por ser uma fusão da estrutura da flauta com a palheta do clarinete.

 

4 – Teclados – o teclado é um mecanismo de acionamento e é um padrão universal utilizado em instrumentos como o piano (cordas percutidas), órgão de tubos (sopro), órgãos eletrônicos e instrumentos digitais que imitam instrumentos acústicos ou reproduzem sons sintetizados.

 

Experimente ouvir instrumentos e identifique qual a família deles.

Maestro Gualtieri Beloni Filho

 

Parâmetros psicofísicos? Parece palavrão. Vemos em muitos livros a descrição como propriedades do som.

Na verdade, os atributos se referem ao entendimento que nosso ouvir psíquico tem do som e como classificamos ou medimos o som. Trata-se do que chamamos de Altura – Intensidade – Duração – Timbre.

 

A Altura se refere às diferentes frequências da onda sonora e é medida em Hertz (Hz). É o que nos possibilita identificar as notas com as quais criamos melodias.

 

A Intensidade se refere à amplitude de onda e é medida em decibéis (dB). É o que chamamos vulgarmente de volume.

 

A Duração é o tempo em que nosso ouvido identifica a propagação da onda sonora. A intermitência regular de som e silêncio gera em nós a sensação de ritmo. O Pulso cardíaco da mamãe é o primeiro ritmo que identificamos.

 

O Timbre é a resultante psicofísica de vários parâmetros da emissão sonora:

  • Material gerador (madeira – metal – corda – pele etc.).
  • Ambiência (local onde o som se propaga como sala, igreja, caverna, praça, etc.).
  • Meio de propagação (ar, água, caixas de som e aparelhos reprodutores, etc.).
  • Parâmetros de ataque, sustentação e queda de intensidade da onda.

 

Faça uma experiência: encontre nas músicas que gosta de ouvir, a altura, a intensidade, a duração e o timbre. Boa experiência.

Maestro Gualtieri Beloni Filho

 

Já no quarto mês de gestação o feto ouve e identifica o coração e a voz da mamãe. Sons e músicas do ambiente externo também são ouvidos.

Ao nascer ele já ouve perfeitamente, mas ainda não tem cognição suficiente para identificar todos os sons. Por isso que ele chora ao ouvir certos ruídos ou se assusta com barulhos e se acalma com sons e cantigas suaves, já demonstrando aí aspectos intrínsecos da seletividade auditiva do ser humano.

 

Com o tempo já direciona a atenção para as falas da família e à medida que cresce a audição contribui para desenvolvimento da fala, da linguagem, da emoção e de outras habilidades cognitivas.

 

Estimular o ouvir sensorial é muito importante para desenvolver a abstração e as capacidades criativas natas da criança. Contar estórias, cantar cantigas de roda e estimular ouvir música são atividades que contribuem muito para que ela desenvolva melhor a capacidade de direcionamento e compreensão em sala de aula da fala e explicações do professor sobre assuntos específicos da grade curricular.

 

Professores (as), antes de qualquer aula, podem sempre colocar uma música ou o som de um instrumento para a classe ouvir. Com apenas 1 minuto, poderá melhorar a atenção dos alunos para o ouvir com qualidade.

Maestro Gualtieri Beloni Filho

O sentido da audição se desenvolve no ser humano já no 3º mês de gestação e é o segundo a se manifestar logo após o tato.

A audição sempre é total, não separamos sensorialmente o que ouvimos. Por isso nosso ouvido é chamado de construtor de harmonia”.

Quem direciona a atenção e a seletividade do ouvir obviamente que é o cérebro.

 

É comum dizermos: não quero ouvir isso”, ou, pedindo para fazerem silêncio dizermos ouve isso, ouve”. Isso se chama dar direcionamento à audição.

 

Na música o maestro ouve o som de uma orquestra inteira. Ao mesmo tempo, coordena as ações de cada instrumento ou grupo no que diz respeito a tocar e pausar, tocar mais forte ou mais fraco, acelerar e desacelerar etc.

 

Para isso ele utilizará simultaneamente dois parâmetros cerebrais do ouvir: o global e o direcional ou seletivo.

 

Coloque músicas infantis e cantigas para você ouvir com seu bebê.

Maestro Gualtieri Beloni Filho